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Geração 100 e a saúde financeira na terceira idade: você está preparado?
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O tamanho da população idosa no Brasil é de 29 milhões de pessoas. Um crescimento que tem impacto direto na economia, no orçamento das famílias e do país. A quarta reportagem da nossa série de aniversário vai falar sobre saúde financeira. Agora que a gente tá vivendo mais, é importante se planejar, para passar por essa fase com tranquilidade e com qualidade de vida. E poupar precisa, sim, ser um hábito de criancinha.

"Todo mundo deve pensar 'e o dia que eu não puder trabalhar e não puder ganhar, o que eu vou fazer'? Ou fica dependente de outro, ou tem o suficiente para se sustentar, né?", afirma um senhor centenário, Fernando Penteado. Aquela história de ouvir os mais velhos cabe com perfeição na casa dele, que tem 102 anos e não tem mais as mãos tão firmes quanto as ideias, certeiras. "Não existe vida eterna. Será que tem gente que ainda pretende ter vida eterna? Não existe, desde Adão", ele brinca.

Vida eterna, não. Mas uma vida cada vez mais longa, já está provado que existe sim. Como você tem visto na série Geração 100, aqui no Hora 1, a expectativa de vida de quem nasce hoje é de 75 anos. Quando o senhor Fernando nasceu, em 1914, essa expectativa não passava dos 34 anos. Mas o que é estatística diante da força humana? O próprio Fernando já superou essa marca há 69 anos!

"Quando eu comecei a sentir que eu tinha sorte com a saúde, com o bem estar, eu resolvi jogar um pouco com a saúde e me tornei um pouco mais metódico. Às vezes ir dormir mais tarde, ficar numa festa, fazer uma viagem, fazer uma pescaria, sair um pouco do método. Mas não é regra", diz ele.

A vitalidade, ele demonstra em cada atividade. Engenheiro agrônomo de formação, hoje atuando como empresário, ele controlou e controla até hoje a própria renda. Boa parte de seus ganhos vem da fazenda, no interior de São Paulo, que ele administra de longe e visita sempre que pode. A disciplina, uma grande parceira, foi apresentada a ele ainda na infância, pelo pai. "Ele criava o espírito de não haver desperdício. Luz sempre apagada. Quantas e quantas vezes ele me chamava e dizia 'apaga a luz!'. Saía do quarto e deixava a luz acesa? 'Apaga a luz!'. Isso ficou gravado em mim".

Muita gente gosta de comparar a vida com um caminho íngreme que temos de percorrer. Quando crianças, estamos sempre subindo. Depois, na idade adulta, em torno dos 45 anos chegamos ao topo. Após isso, é ladeira abaixo. E com os avanços da medicina, a tendência é que a gente viva mais e para que a nossa descida seja o mais suave possível, é preciso se planejar financeiramente. De preferência o quanto antes, lá atrás, quando ainda estamos a caminho do topo.

"Quanto mais cedo a gente começa a poupar, mais fácil a gente chega na terceira idade com um montante razoável pra gente manter a nossa qualidade de vida. então, o indivíduo que entra com 20, 25 anos no mercade de trabalho, já deve começar a poupar. Porque nessa idade o esforço de poupança dele tem que ser muito pequeno, porque ele tem a vida inteira para capitalizar, ganhar juros em cima desse investimento e sair muito bem na terceira idade", explica André Braz, economista da IBRE/FGV.

Mas para a maioria dos jovens, é duro colocar em prática essa lição tão importante. A dona Vera Lúcia Fernandes, técnica de laboratório, já tem idade para se aposentar, mas ainda não pode parar. "Cada dia as coisas aumentam mais".

É a chamada inflação da terceira idade, que castiga o aposentado em itens específicos, como remédios, planos de saúde e serviços de casa - água, luz e telefone, por exemplo. Um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostra que 1/3 dos aposentados brasileiros está inadimplente. É como descer a ladeira no atropelo.

O economista André reforça: o trabalhador que ainda não pensou em como se sustentar na velhice precisa fazer um esforço. "Dos 40 aos 65 anos, tem muito tempo ainda pra pessoa pensar, estudar o mercado, decidir em que segmento quer investir, o que deseja fazer. Mas sempre há uma alternativa. E isso pode ser muito importante pra reforçar o rendimento à medida que a gente envelhece".

Para o senhor Fernando, que não se preocupa em enxergar o fim do caminho, a saúde financeira também faz parte da receita para passar dos 100 anos. "Gaste menos do que ganha. Só. E dê tudo de si numa profissão, agarre a profissão com confiança e vai desenvolvendo então em função disso", diz Fernando, entregando sua receita de longevidade.

 

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